quinta-feira, 24 de junho de 2010

Andante

Andante
Jamais pensei em encontra-me enfim
É quase um acordar em outra manhã
Lúcida, feridas abertas
Curadas então...
Eu pensei que doía expor minha solidão
Não, não...
É a coragem de me enfrentar
De saciar meu autoflagelo
De esconder debaixo da cama
Meus chinelos
Que eu me vi sem espelhos
Para que?
Se eu sei de tudo tão luz da manhã!
Cabe em mim então essa guilhotina que me apontam
O mar a quem tanto temi
Águas que me lavam
Afogam-me não mais as lágrimas que me choram
Piedosa crédula de mim em mim a aliviar uma dor
Eu sei do meu erro, do meu desapego, do meu crime nato
Sei de mim e do apelidado pecar
Viver...

RUSSO,T.C.F.

(para me sentir, escute http://www.youtube.com/watch?v=df-eLzao63I)

5 comentários:

  1. Tens um belo e infinito espaço aqui...
    Retornarei!
    Abraço!

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  2. Muito bonito, Thereza!
    Linda esta sua declaração de que se viu sem espelhos... Ah, quisera me ver sem espelho, saber quem sou...
    Grande , imenso abraço, querida!

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  3. Thê, que bonito poema! Aliás, o blog todo está lindo demais.
    Aproveito para agradecer o carinho de sua visita e deixar um convite para que vá até O Imaginário - http://poemasdemarciasanchezluz.blogspot.com

    Beijos

    Márcia

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  4. Nem me fale, The, nem me fale...
    Consegues transformar em poesia as mais graves e mais complexas inquietações do espírito, o que deixa de ser teu, a gente se identifica, cada qual com o padecer ou a intempérie que surpreende.

    Beijos :)

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  5. Adorei te conhecer um pouco atraves do que li e já quase estou entendendo sua cabeça!!! entre tambem no meu site, vamos selar essa amizade q está nascendo!!! Um abraço emilia moss

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