segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ilhas

Olho-me
Sou mesmo uma ilha
A ilha de mim mesma
Apaixonada, sigo
Entre mim e mim
Duas ilhas
Aprisionam-me
Recantos de mim
Assim me ensaio
Preservo-me
Aprendo-me
Olho-me
Apaixonado, sigo
Nesse mundo tão distante
Esse outro meu
Abre-me
Cuido para não quebrar-me
Ainda preciso-me
Presisam-me
Estou lá
Eu - a ilha
Eu deserto
Apaixonada por tudo que ainda respira
E respiro também
Ancoro-me
Divido-me no indivisível
No amor inquieto-me
Encarcero-me oposta ao ódio
Há o medo dentro do medo
A coragem de se ilhar
Para depois talvez
Encontrar-se noutros medos
Olho-te
Estás ilhado também!
Respiro-te a mim
Vontades ungidas
Voltar a ser
O que não se entendeu...


RUSSO,T.C.F.

Um comentário:

  1. Maravilha, Thereza!
    Você se refere a duas ilhas: está certa!
    Ás vezes somos muitas ilhas, tão distantes umas das outras, que não conseguimos formar um arquipélago.
    Adorei o poema, querida!
    Grande abraço

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