terça-feira, 27 de abril de 2010

Áptero

Áptero. Estátua antiga de divindade sem asas. Estou um templo antigo sem colunatas laterais, frontais ou basais. Digo-me suspenso em mim mesmo. Não mais a dor do precipício, não mais a dor de fincar unhas nas paredes para ver a rosa novamente brotar da ilusão. Espanta-me a liberdade casta de uma ave sem asas! Áptero. Filorexa partenogênica caminho entre nuvens amarelas-cítricas-viticulturais. Surpreendo-me expandida em elos com ligações internas. Sou eu em meu eu anelado ao outro meu eu. Egoística engenharia de mim mesmo. O insecto e a doença. A vinha e o filoxérico. Dispersão de um táxon perturbado pelo amor. O que o amor não é? A resposta é livre. Deve estar errada. Por favor, escolha outra, aperte o botão de girar a mente! Ortóptero frio afinado! Mastigador, cursorial cigano dos desertos desdobrados. Sou um áptero incondicional. Há uma noite, mas, não há uma primavera sincera. A neve está derretendo, vibra quente o vento, os olhos ardem da ausência de lágrimas. Ápteros não choram jamais...


RUSSO,T.C.F.

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