segunda-feira, 6 de agosto de 2012

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma vida sem amor

Uma vida sem amor


É como se fosse

Duas gotas de água

Separadas

Papel de carta

Em branco

Onde se lê

Um pranto

Árvores desfolhadas

Sementes sem alma

Uma vida sem amor

É como um sorriso retido

Somente imaginado

Numa manhã qualquer

Sem alguém ao seu lado

Uma vida sem amor

É rua de pedras pontiagudas

Canção não musicada

Abraço perdido

Beijo não beijado

Uma lua despedaçada

È querer correr

Não podendo alcançar

A miragem almejada

Uma vida sem amor

É uma noite fria

Sem lareira

Sem um vinho morno

Sem um olhar no outro

É quase um nada

Tudo que não é

É gritar junto a serra

E não ouvir o sim

Que tanto se quer



Uma vida sem amor

É o vazio de ser

È quando almas

Correm desesperadas

E na estrada sonhada

Tentam se encontrar

E para sempre se perder...

RUSSO,T.C.F.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tulipas levarei comigo...

Não me importa no hoje
Se o mundo não se atreve
A crer em si mesmo
Nem me importam por hoje
Folhas caídas
Solos sustenidos
Jardins suspensos
Das esperas
Estou conectado com um arco-íris
E a noite me diz boa tarde
Porque o amanhã virá
Certamente
E eu irei
Até onde eu poder ir
Porém, tulipas
Levarei comigo...

RUSSO,T.C.F.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ilhas

Olho-me
Sou mesmo uma ilha
A ilha de mim mesma
Apaixonada, sigo
Entre mim e mim
Duas ilhas
Aprisionam-me
Recantos de mim
Assim me ensaio
Preservo-me
Aprendo-me
Olho-me
Apaixonado, sigo
Nesse mundo tão distante
Esse outro meu
Abre-me
Cuido para não quebrar-me
Ainda preciso-me
Presisam-me
Estou lá
Eu - a ilha
Eu deserto
Apaixonada por tudo que ainda respira
E respiro também
Ancoro-me
Divido-me no indivisível
No amor inquieto-me
Encarcero-me oposta ao ódio
Há o medo dentro do medo
A coragem de se ilhar
Para depois talvez
Encontrar-se noutros medos
Olho-te
Estás ilhado também!
Respiro-te a mim
Vontades ungidas
Voltar a ser
O que não se entendeu...


RUSSO,T.C.F.

domingo, 26 de setembro de 2010

Esse novo

Ando conversando sobre o sentir. Os modos de sentir. Jeito de sentir. As novas formas de expressar nos cabelos, na postura do rosto, na roupas, toda a solidão, toda a agressividade, toda a deslealdade, todo o medo em nós de nós mesmos e o medo dos outros. O cabelo caiu nos olhos, transbordou da cabeça caindo na testa como pano de palco. Os olhos espertos desde a nova infância a segredar somente a si mesmo o eu, agora não tão mais exposto, nem tanto sincero, nem mesmo hipócritas os homens se mostram. O amor está entre um acerto e mil erros, muito próximo a um acordo, um tratado de loucos. O sorriso nasce desconfiado e perdura a pendular entre puritano e malvado nesse novo mar. Tudo é computado, analisado, globalmente sintetizado e não mais se sabe onde se está de verdade nesse mundo denominado “desamor”.




Theresa Russo

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um quase

Há a procura da areia fina e exata
Areia orgânica ou sais do nada
Para me preencher esse buraco no meio do meu eu
O pescoço nega-me que o tudo é um quase
Todo dia amanhece o sol bem dentro das minhas plantas
Meus lábios contam a historia que eu vi
A que eu vivi
Algumas vezes eu converso comigo
Esse é o homem que me fará esquecer
Eu reconheço que ele não existirá
Todo dia ele não celebrará meu eu
Eu não sei
Mas eu preciso saber o que há...


RUSSO,T.C.F.

sábado, 18 de setembro de 2010

Uma rosa para Vanessa

Havia uma rosa no jardim das vidas. Havia nela raízes do querer ser, existir, sentir, amar, conhecer. Havia uma rosa no jardim das vidas e ela era tocável. Era intocável essa rosa, pois, a rosa era viva. Era bela - ela, essa rosa flor. Eu visitei o jardim um dia, sem vê-la. Outro dia a vi talvez. Talvez a rosa tenha também me visto aqui. Mas, nunca jardineiro estive desse talvez. Folhas que se dependuravam em verde escuro do verde que seria claro quando a luz se fizesse. Espinhos sobressaltados como lebres desentocadas ressurgindo na noite nunca calma. A mente ardendo em fogo alto, nunca brando, nunca morno, cinzas espalhadas pelo chão das pétalas caóticas. Havia a água do viver, pingentes em versos líquidos, azulados dos olhos da rosa pálida. Havia uma vontade do amor ancestral. A rosa era verdade e o jardim agora se veste de saudade...


Theresa Russo