segunda-feira, 30 de agosto de 2010

João, o filho

Uso um bisturi afiado
Tateio e passeio pelo meu útero
Retiro num golpe delicado a capa protetora
Há uma janela sem tela
Sangue vermelho carmim
Procuro por você em agonia
Porque eu jurei que estava aqui
Que estava lá
Era um casulo de esperança
Levava nele a força da magia
De ser e fazer ser
Foi no dia em que se transformou
No bípede sorridente
Que minha mãe enorme
Alcançou a tua pequenina
E nossos olhares eram um só
Quando eu soube
Que ia te amar mais que tudo na vida...

RUSSO,T.C.F.

Nenhum comentário:

Postar um comentário